terça-feira, 5 de junho de 2012

Um caminho


Dessa vista a rua parecia longa demais,
os ladrilhos de pedra feitos numa época distante pareciam multiplicar-se a cada janela desconfida.
Cada passo parecia me deixa mais longe daquilo que procuro, o folego começa a se esvair,sinto que meu ritimo diminuiu consideravelmente nas últimas quatro janelas, não percebo mas já quase toco o chão com as costas das mão.Já não ando, rastejo.
Da penúltima janela, onde nem o ladrilho existe mais, se consegue ver, inerte, imóvel estirado no chão um corpo que já perdeu suas forças, não tem mais consiência de onde veio, por onde veio , só sabe que ali está, presente irreversível.
Dá janela sem ladrilhos ouve-se um grito, logo passos apressados aproximam-se de mim,aquele cheiro não me é era estranho...pois já cuidára mim antes.
Não me lembro quanto tempo se passou para que, numa manhã fria de domingo eu deixasse aquela casa desprovida de ladrilhos e como lembrança daquela visita levasse quase que roubado um laço alvo e negro que enfeitava o topo da cabeça da anfitriã...

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