terça-feira, 5 de junho de 2012

Tradução




O poeta, frauzio por natureza
se intimida com a altivez da alva folha de papel
virgem até o exato instante.

Na calmaria de sua poltrona,
solado a luz das 22 horas,
ensaia gestos com os dedos
como quem se prepara
prá um combate incerto.

A folha, imóvel, inofensiva,
na altura de sua inocência,
assombra o mais vil domador de palavras.

resignado de sua batalha,
o poeta então se volta em direção a cama,
vai ensaiar sonhos com sua solidão.

É quando num gesto de fraqueza a folha abre a guarda
desprovida assim de imunidade que seja,
deixa o poeta sonhar.

E em sonho,o poeta no reflexo da tardia coragem
não exita em desferir seu único golpe fatal.
No jazido Da resignação,
a folha aceita ferir-lhe de morte.

Prá que nesse instante toda terra testemunhe

O bravo poeta declamando seu amor pela vida

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