terça-feira, 5 de junho de 2012



No princípio era o verbo



Foi preciso três noites à luz da Lua pra que, num rompante inesperado ele se levantasse na relva molhada pela chuva do dia passado, e, com desesperada calma ao esfregar os vãos dos dedos no orvalho pronunciasse a seguinte sentença:Esitou... durante 3 minutos ele ficou ali, parado esperando uma nova carga de coragem, então por tráz dos cabelos longos de um castanho vivo rolou pela rósea maçã do rosto uma lagrima, uma unica lágrima representando desistência.....Ela virou para o canto puxou a folha de bananeira para cima de seu corpo e adormeceu novamente.Ele desnudou-se da tanga improvisada com folhas secas e correu para onde nem ele pudesse se encontrar. Nesse dia o Homem provou o pecado original, longe da mulher...

Sinta

O último suspiro não foi de redenção
foi um acúmulo de forças para nunca descansar.

Liberdade é pouco, o que eu quero ainda não tem nome


E se eu quisesse agora ser dono do meu umbigo,
falar verdades que lá fora ainda não foram ouvidas,
raciocinar, pensar um pouco as vezes meu amigo,
pode ser mais que se agarrar em qualquer utopia.

Com tanta coisa incorreta solta pelo mundo,
de muita lama robalheira, quanta porcaria!
Não quero ser mais um fantoche desse seu sistema,
nem quero ter que falar baixo, quero minha alforria!

Liberdade, liberdade!
Sem distinção de pobre, rico, raça ou credo.

Liberdade, liberdade!
Chegou a hora de sermos todos libertos.

Não sei de medo ou de vergonha que eu cubro a cara,
ou se é pelo simples fato de omitir da vida,
plalavras que a tempos levo no meu peito,
e que por força da opressão ainda não foram ditas.

Mas se de tudo fica um pouco deixo aqui grafado,
temática amargurada que encontrei na lida.
De muito velha destinada a perecer sozinha
de muito limpa e pouco usada já foi esquecida...

Liberdade, liberdade!
Sem distinção de pobre, rico, raça ou credo.

Liberdade, liberdade!
Chegou a hora de sermos todos libertos.

A fortaleza


Um dia após me sentir fatigado e abatido pela monotonia resolvi fugir; Burlei uma regra ou outra da gramática e já estava ali.. de fronte pro desconhecido, galgando o ousado, sedento por novo.
Não foi fácil, fui taxado de louco, me cuspiram na cara e me apedrejaram a fronte, na calmaria me olharam com desprezo que transbordava o mor maço da repulsa que me gelava a espinha depois suava o calor da madrugada.

Uma vez ou outra encontro com outros fugidos, vivem em cima da navalha com todo o preconceito do mundo nas costas, sorriem e brindam a vida, penso em ser como eles, desprendido de qualquer artigo ou terminação coloquial.
Ser tão metafórico a ponto de transpor a luz para lavar as mãos, depois dançar com a dor e pedir Inveja em casamento.
Que culpa tenho eu não ter decorado o livro de bons costumes humanos?
Sou assim por natureza, desprendido de qualquer rima ou métrica.

Do meu peito desse um filete de sangue interminável que por onde passo deixa sua marca. Ando sozinho, quem quiser me acompanhar siga o cheiro forte da solidão que transborda das minhas veias e risca o chão que me distancia cada vez mais da Fortaleza.

Um caminho


Dessa vista a rua parecia longa demais,
os ladrilhos de pedra feitos numa época distante pareciam multiplicar-se a cada janela desconfida.
Cada passo parecia me deixa mais longe daquilo que procuro, o folego começa a se esvair,sinto que meu ritimo diminuiu consideravelmente nas últimas quatro janelas, não percebo mas já quase toco o chão com as costas das mão.Já não ando, rastejo.
Da penúltima janela, onde nem o ladrilho existe mais, se consegue ver, inerte, imóvel estirado no chão um corpo que já perdeu suas forças, não tem mais consiência de onde veio, por onde veio , só sabe que ali está, presente irreversível.
Dá janela sem ladrilhos ouve-se um grito, logo passos apressados aproximam-se de mim,aquele cheiro não me é era estranho...pois já cuidára mim antes.
Não me lembro quanto tempo se passou para que, numa manhã fria de domingo eu deixasse aquela casa desprovida de ladrilhos e como lembrança daquela visita levasse quase que roubado um laço alvo e negro que enfeitava o topo da cabeça da anfitriã...

Quando meu Eu interior fala


Olhe ao seu redor. ninguém espera que você diga alguma coisa, ninguém tem tempo para seus devaneios suas conclusões .
Sua área de comodidade não passa a um palmo de seu umbigo e você diz que odeia o ser humano simplesmente porque ele é óbvio demais-você pensa que o entende porque presume e generaliza suas banalidades.
Não vês suas teorias caíram por terra. já inventaram um ser humano mais inteligente que você, e se ele não o é, se assemelha muito com o próximo que você mais odeia.Inveja.
Qual o limiar entre respostas sinceras e sorrisos falsos. Tudo isso é uma linha inconstante e excêntrica. você pensa em estar livre, mas é sua corda-bamba, seu vago chão que lhe sustenta a falsidade. Você já se cansou de despencar dela quando o sopro do orgulho é mais forte.

Nem sua sombra merece você.
Nem você merece você.

Sozinho agora tenta uma solução óbvia para todo esse problema , dá o sangue para escalar a interminável montanha que você mesmo ergueu, e só pensa em parar para descansar.
Vê-se trancado num cubo simetricamente perfeito,e afirma"Deus! quanta perfeição para abrigar um trapo imundo que se taxa de ser humano.
Com o tempo , coisas que você pensava serem absurdas e inconcebíveis se tornam rotineiras; o mundo invade sue cérebro e você aceita, o mundo corrói seus sonhos e você aceita, você vê toda sua fé esvair pelos dedos como a areia do mar ,que aliás você nunca visitou.
Após reflectir sobre esse raros últimos minutos você repugnante o bastante para ir além:
ainda se faz mal entendido e simplesmente não entende o porquê de tanta revolta.não entende a beleza das coisas, e se esquece como é sorrir da verdadeira felicidade, uma felicidade quase infantil.E parece não querer se lembrar.
Você tenta não notar mas a depressão já tocou seu rosto, com um beijo sopra a palavra chave de toda a sua existência: SOBERBA

Nós tentamos...


Nós tentamos mudar o mundo....
Daí percebemos nossa 
insignificância....
Então partimos 
pra algo menor.....Nós tentamos mudar nosso ciclo social.....
Daí percebemos nossa 
insignificância....
Então, partimos para algo menor....
Nós tentamos mudar a nós mesmos.....
Daí percebemos nossa 
insignificância.....
Se não conseguimos nem nos auto conhecer
como vamos querer mudar algo nessa vida?

Tradução




O poeta, frauzio por natureza
se intimida com a altivez da alva folha de papel
virgem até o exato instante.

Na calmaria de sua poltrona,
solado a luz das 22 horas,
ensaia gestos com os dedos
como quem se prepara
prá um combate incerto.

A folha, imóvel, inofensiva,
na altura de sua inocência,
assombra o mais vil domador de palavras.

resignado de sua batalha,
o poeta então se volta em direção a cama,
vai ensaiar sonhos com sua solidão.

É quando num gesto de fraqueza a folha abre a guarda
desprovida assim de imunidade que seja,
deixa o poeta sonhar.

E em sonho,o poeta no reflexo da tardia coragem
não exita em desferir seu único golpe fatal.
No jazido Da resignação,
a folha aceita ferir-lhe de morte.

Prá que nesse instante toda terra testemunhe

O bravo poeta declamando seu amor pela vida

Das coisas


De uma coisa eu já me convenci;
Da vida a gente leva muito pouco,
Um paletó do tio- avô, algumas flores mal cheirosas e um sapato apertado...
Se a gente não se fia aos valores sentimentais,
Se a gente não se sujeita a todo e qualquer tipo baixeza para viver um único momento de total falta de lucidez, não estamos aptos para vestir à roupa empoeirada de nossos antepassados...


"Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz"